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Enfermeiro (a) Não anda...DEAMBULA Não fuxica...faz anamnese Não pensa....realiza raciocínio clínico investigativo Não incha...tem edema Não se apega.....estabelece vínculos Não fica doente...manifesta sinais/sintomas Não fica de ressaca.....apresenta vasodilatação e desidrata por inibir ADH Não pratica atividade física.....favorece retorno ósseo,oxigenação celular,remodelãção óssea e resistência cardiovascular Não conversa......estabelece comunicação verbal Não fica gorda.......desenvolve obesidade por dislipdemia Não briga....diverge com fundamentação Não beija.....compartilha microbiota normal da cavidade oral Não impõe.....exerce liderança Não faz sexo....satisfaz necessidade humana básica Não joga fora.....despreza Não usa camisinha....usa método contraceptivo de barreira Não é saudável....mantém homeostasia corporal Não trabalha junto.....trabalha em equipe Não trata...cuida Não gosta do que faz....AMA

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Saúde
C.T.I HUMANIZADO

Autor: marcia costa
Trata-se de um projeto em construção criado pela psicóloga Márcia Viegas e pelo médico Dr Adão Morais para amenizar o sofrimento de centenas de pacientes(e familiares) internados em um C.T.I. É uma nova cultura de atendimento que se deu através de simples mudanças no ambiente físico e principalmente nas atitudes comportamentais
É um local totalmente diferenciado, que rompe com as barreiras tradicionais.O Hospital Júlia Kubitschek localiza-se no Bairro Araguaia, Distrito Sanitário do Barreiro em Belo Horizonte. Atende a uma população estimada de 800mil pessoas provenientes do Barreiro, demais regiões de Belo Horizonte, municípios vizinhos e de outras unidades da Federação.
A Unidade de Pacientes Críticos conta atualmente com 21 leitos com taxa de ocupação Superior a 90%. O C.T.I onde está sendo realizado o projeto é composto por 13 leitos, sendo os outros oito pertencentes a Unidade Semi-Intensiva.Recebe pacientes internos de todas as alas do hospital e externos (central de leito, transferência)
O C.T.I em questão funcionava conforme modelo esperado tradicionalmente, como uma unidade fechada aos familiares e visitantes onde pacientes eram assistidos durante as 24 horas diárias por diversos profissionais qualificados. Decretava-se automaticamente no momento da admissão o rompimento com a identidade subjetiva, a destituição da liberdade, privacidade e autonomia. Era o momento de desfazer laços afetivos, familiares e sociais. Hábitos e velhos costumes eram identificados como ameaçadores a vida humana. Enfim, muitas eram as proibições que compunham o cenário de normas e rotinas da nossa unidade transformando-a conseqüentemente em um ambiente como já dito de despersonalização do paciente e de alienação do trabalhador em relação ao objetivo do seu cuidado.
No que se refere ao acolhimento à família, nosso espaço para recebê-los era denominado secretaria. Um lugar com instalações inadequadas, configurando-se como um lugar frio, e impessoal, que certamente gerava uma má impressão nos visitantes.
O horário de visita era rígido e generalizado. Todos os visitantes permaneciam pelo mesmo tempo e uma vez no dia. Acompanhante não era permitido. Crianças não podiam entrar devido a risco “teórico” de infecção. O boletim era fornecido exclusivamente pelo médico, à beira do leito ou no corredor desrespeitando o direito á privacidade e sigilo das informações.
Hoje trata-se de um local totalmente diferente. Nossas portas são literalmente abertas e TUDO que faça bem ao paciente é possível acontecer. Não existe em Minas um serviço de Terapia Intensiva que funcione nesses moldes.
O projeto foi reconhecido pela FHEMIG( prêmio melhores práticas), emissoras de tv( globo, tv uni, tv horizonte, puc minas entre outras) rádio, internet e etc.
Enfim, objetivando a humanização do C.T.I, foram realizadas as ações que seguem-se: A) Mudanças nas atitudes comportamentais e B) Mudanças no ambiente físico.

A) MUDANÇAS NAS ATITUDES COMPORTAMENTAIS:
Nem todos os pacientes que estão no C.T.I estão em coma ou impossibilitados de se movimentar, falar ou escutar. E mesmo se estiverem, cabe aos profissionais comprometidos com a humanização da assistência criar possibilidades para que o mesmo mantenha seu elo com a vida e tenham um atendimento digno, independente de seu prognóstico. Diante disso iremos destacar algumas ações realizadas até o momento:
ASSISTÊNCIA INTEGRAL E HUMANIZADA: Para prestar um atendimento de fato humanizado é preciso que a equipe esteja atenta à totalidade do ser. É preciso buscar o auxílio de outras áreas, para que cada um possa a partir de seu conhecimento agir conjuntamente em prol do paciente ou familiar.
Realizar o cuidado assistencial e promovendo uma relação empática, interagindo com nossos pacientes, tratando o ser doente e não a sua doença;
VISITA FLEXIBILIZADA: Esta se difere do conceito de visita ampliada. A intenção vai além de ampliar o horário de visitação no C.T.I , pretendendo-se adequar (individualizar) o horário de visita, tempo de permanência e número de visitantes a questões e demandas pessoais, sociais e emocionais identificadas a partir da avaliação psicológica. Dessa forma a visita pode ocorrer na parte da manhã e/ou tarde e/ou noite; 3 visitantes, mais que 3 ou menos que 3, ou seja que for melhor para paciente e familiares. Os visitantes, portanto poderão ficar minutos, horas e até permanecerem como acompanhantes.
BOLETIM DE CUIDADOS: Transformar o tradicional boletim médico em um boletim de cuidados multidisciplinares onde membros da equipe de diversas áreas conforme o caso relata aos familiares o andamento do respectivo cuidado prestado aos pacientes.
PERMANÊNCIA DO FAMILIAR E ACOMPANHANTE NO C.T.I:Permitir o acompanhante quando tal medida é avaliada como favorável ao quadro clínico e emocional do paciente e possa lhe trazer benefícios para o enfrentamento da situação vivenciada.Outros não ficam continuamente no C.T.I,mas utilizam as instalações da Sala de Visita para permanecerem próximos durante a internação devido a questões pessoais, sociais, emocionais, dificuldades financeiras entre outras.
VISITA DE CRIANÇA: A entrada de criança no CTI é possível após avaliação psicológica e com acompanhamento de um profissional desta área. Não há limites para a idade, o importante é o benefício da visita para ambas as partes, levando-se em consideração os riscos para a saúde física e mental dos envolvidos.
VISITA DE PACIENTES PUÉRPERAS AO BERÇÁRIO: Quando possível e benéfico para ambas as partes possibilitamos o contato de pacientes e RN, preservando o vínculo mãe - bebê.
CONTADORA DE HISTÓRIA: Através da parceria com o Programa Viva Cultura as contadoras de histórias levam essa arte aos pacientes e familiares. As histórias alegram e estimulam nossos pacientes que demonstram a grande satisfação, com gestos, olhares e aplausos quando eles estão intubados ou traqueostomizados e conseqüentemente impossibilitados de se comunicar verbalmente.
COMEMORAÇÃO DE ANIVERSÁRIO E DATAS ESPECIAIS: Muitos são os pacientes que se encontram internados em datas especiais e comemorar tais datas configura-se um momento importante para manter o elo com hábitos, costumes, tornando o ambiente mais humanizado, acolhedor, caloroso e menos impessoal.
APRESENTAÇÃO MUSICAL: Com apresentação de Voz e Violão (funcionário), Orquestra da Polícia Militar e Corais diversos;
ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO: Acompanhamento psicológico durante a visita, inclusive em finais de semana. O profissional de psicologia poderá, nesta ocasião, detectar focos maiores de ansiedade nos familiares e orientá-los antes de sua entrada na unidade. Poderá identificar ainda, o membro da família melhor estruturado emocionalmente para receber informações, assumir decisões; constituir-se no elo do serviço com o restante do grupo familiar. Facilitar a comunicação entre a família e a equipe de saúde;
ASSISTÊNCIA EMOCIONAL E SOCIAL AO ÓBITO:
GRUPOS DE APOIO: Terapia de apoio aos familiares que demandarem, em horários que não coincidam com a visita para que eles possam ter a oportunidade de falar sobre o paciente, sobre a doença, suas fantasias, seus medos, objetivando a reorganização do grupo familiar;
Realização de Grupos de Apoio, possibilitando aos familiares compartilharem suas experiências com outras pessoas que estão passando pela mesma situação;
IMPLEMENTAÇÃO DE ACÕES PALIATIVAS: Ações que visam oferecer atenção ativa e integral ao paciente, voltando-se para questões físicas, sociais, emocionais e espirituais mesmo em determinados momentos onde paciente não mais responde aos tratamentos curativos, chegando à limitação dos esforços terapêuticos. Essa prática beneficia não só os pacientes e seus familiares que irão receber um atendimento mais humanitário até o momento da morte, mas também a própria equipe, que deixará de “não ter mais o que fazer”, para “continuar a fazer algo”, minimizando a sensação de impotência e a frustração diante desses pacientes.
MUDANÇAS NO AMBIENTE FÍSICO:
REFORMA DA SALA DE VISITAS: Promovemos uma significativa mudança no espaço físico reservado aos familiares. A velha Secretaria passou a se chamar Sala de Visita Familiar. Agora contamos com 25 cadeiras novas. Temos um bebedouro, uma televisão de 20 polegadas A parede foi pintada, em uma de suas laterais temos uma moldura, cuja tela é a própria parede, onde a artista plástica pintou uma figura abstrata utilizando cores fortes. Temos um mural com mensagem de boas vindas aos familiares e com várias fotos de ex-pacientes. Recebemos ainda um painel, (estilo colcha de retalhos) feito por pacientes da enfermaria durante o atendimento da Terapia Ocupacional contendo várias mensagens de apoio para os familiares.
SALA DE APOIO FAMILIAR. Espaço reservado para a equipe passar diariamente aos familiares a informação adequada sobre o quadro clínico do paciente, estratégias terapêuticas e diagnósticas. Além do conforto é possível garantir o direito ao sigilo das informações, permitindo ainda aos familiares à percepção de continuidade, coerência e constância nas informações. Com essas práticas estamos cada vez mais tentando extinguir a velha conduta de notícia á beira do leito, salvo, quando os pacientes estão conscientes e orientados podendo assim se informar e participar de seu tratamento. Percebe-se que isto proporciona maior segurança e contribui para o fortalecimento do vínculo da família com o serviço.
RECURSOS AUDIOVISUAIS: Sempre que possível permitir o acesso e a distração com algum recurso audiovisual.
PERSONALIZAÇÃO DO ESPAÇO: Seguindo as orientações da CCIH, permitir que alguns visitantes levem fotos com imagens de familiares dos pacientes, cartões, orações, lençóis, cobertores, travesseiros e outros objetos pessoais. O objetivo é personalizar o espaço, diminuindo a sensação da perda de identidade. No caso das fotografias para os pacientes conscientes pode ser um grande estímulo. Em relação aos comatosos eu diria que o estímulo é principalmente para a equipe de saúde, que consegue perceber seu paciente além de um corpo doente.
No limite do possível estamos contribuindo para transformar o C.T.I do Hospital Júlia Kubitschek em um lugar de cuidado e acolhimento. Ter o reconhecimento também da TV Alterosa seria sde suma importância para a continuidade do projeto. Aguardamos o retorno.
Márcia Aparecida Viegas da Costa
Psicóloga Clínica, Especialista em Psicologia Hospitalar.
Psicóloga dos Centros de Tratamento Intensivo do Hospital Júlia Kubitschek
Coordenadora do Projeto de Humanização do C.T.I / H.J.K
marciaviegas@ig.com.br
Adão Ferreira de Morais
Médico, Especialista em Terapia Intensiva de Adultos.
Especialista em Gestão Hospitalar pela Escola de Saúde Pública-MG
Gerente da Unidade de Pacientes Críticos Adultos / H.J.K


http://www.youtube.com/watch?v=ZoPKZFkYMR4

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